sexta-feira, 19 de março de 2010

Emagrecimento


Quilos a menos, felicidade a mais!
Tânia Crispim, 39 anos, encarou a cirurgia de redução de estômago e eliminou 55 kg. Nós comprovamos essa mudança _ pra lá de radical _ da feliz esteticista, que já tinha feito inúmeras loucuras para emagrecer

por Renata Menezes fotos: Tânia Lumena
DietaJá!

Como sempre quis atuar na área de beleza, Tânia Crispim, 39 anos, de São Paulo, nunca se conformou em ser gorda. “Minha mãe e minhas avós sempre foram cheinhas e, por razões genéticas, eu também era”, fala. Para eliminar vários quilos que a incomodavam desde a infância, ela fez algumas loucuras, como apenas comer abacaxi ou passar o dia inteiro à base de água.

“Topava qualquer parada para ver o ponteiro da balança baixar. Lembro-me de ter feito a dieta da lua, em que era necessário comer os alimentos certos de acordo com cada ciclo lunar. Por exemplo, na lua cheia podia comer somente arroz, tangerina, maçã... Um absurdo!”, afirma. É claro que, dessa forma radical, ela eliminou alguns quilos, mas logo eles acumulavam novamente e Tânia nunca conseguia ficar dentro do seu peso ideal: 60 kg para 1, 68 m de altura.

O começo do drama
Depois de casar e ter filhos, Tânia não foi uma exceção à regra e engordou ainda mais. Também pudera, a morena não tinha a menor noção de alimentação equilibrada, fazia poucas refeições, apenas três por dia, e comia aos montes. “Colocava no prato aquela montanha de comida. Além da quantidade absurda, em certos dias eu misturava tudo: arroz, massa – que eu amo –, fritura, batata e ainda comia um doce de sobremesa”, diz.

"Para trabalhar com beleza é preciso ter aparência impecável e eu, que sempre fui muito vaidosa, me sentia mal por estar imensa"

Com isso, ela ficava sempre na marca dos 80 kg. Quando engravidou, passou a se alimentar por dois. Resultado? Acumulou 22 kg. A criança nasceu e apenas parte desse peso foi embora. “Minhas roupas não serviam mais, só que sempre fui muito bem resolvida com isso. Usava tudo, até minissaia.

É claro que sabia que estava ‘gigante’, mas não queria acreditar na imagem que via refletida todo dia no espelho”, desabafa. Tânia teve quatro filhos e a mesma história se repetiu em todas as suas gestações.

“O mínimo que engordei nos nove meses foram 20 kg. Cheguei a engordar 30 kg durante uma gravidez. Após as gestações, não consegui perder tudo que acumulei”, lembra. Com esse saldo pra lá de negativo, ela atingiu a marca dos 100 kg.

Tentativas frustradas
Entre uma gravidez e outra, Tânia tentava alguma coisa para conseguir se desvencilhar dos quilos extras. Começou a tomar fórmulas que auxiliam no emagrecimento, indicadas por um endocrinologista, mas ela não se deu bem. “Sentia angústia e mal-estar”, recorda. Por isso, parou logo no primeiro mês de tratamento. Depois, tentou novamente fazer uma dieta rápida, a pedido do seu cirurgião, antes de se submeter a uma plástica.

“Consegui emagrecer uns 5 kg, que era muito pouco para quem precisava perder mais de 30 kg, mas deu para encarar o bisturi”, diz. Tânia fez uma dermolipectomia abdominal, cirurgia plástica em que se retira todo o excesso de pele e gordura da barriga. Junto com o procedimento ela também encarou a mamoplastia. Eliminou pele do seio e, na mesma incisão, colocou silicone. “Acho que saí do centro cirúrgico mais leve. Embora inchada, o resultado era evidente”, fala.

Só que, para o desespero de Tânia, a plástica não foi suficiente para pôr um ponto final no seu problema com a obesidade. Sem mudar os hábitos alimentares, ela voltou a acumular gordura, inclusive nos lugares em que havia retirado com o procedimento, e atingiu a marca dos 115 kg. Nessa época, ela também estava com a pressão e o nível de triglicérides altos e sentia muitas dores no corpo por causa do sobrepeso.

“A obesidade não é apenas um problema estético. Não dá para dizer que todo gordo é saudável, tem o mesmo vigor físico e a energia das pessoas que estão dentro do padrão normal de peso. A obesidade tira a saúde e dói no corpo, que não está adaptado para carregar tantos quilos”, explica.

Adeus gordurinhas
Cansada da peregrinação em busca de emagrecer para sempre, Tânia resolveu encarar a cirurgia bariátrica. “Era a minha última saída. Afinal, já tinha tentado de tudo e o problema só piorava”, diz. E mais! Como sempre trabalhou com estética, a obesidade mórbida atrapalhava seu sucesso profissional. “Como podia falar de beleza, em ter pele, cabelo e corpo bonitos se eu não dava exemplo? É a mesma história do professor de Educação Física gordo e do médico fumante. Eu me sentia mal e as clientes notavam”, conta.

A idéia de fazer a cirurgia já era certa e, para melhorar a situação, ela encontrou uma amiga que havia feito o procedimento. “Na mesma hora fiz um interrogatório e quis saber tudo do antes, durante e depois. Fiquei animada e confiante”, fala. O método utilizado pelo médico foi a cirurgia de Fobi Capella, em que se reduz parte do estômago, deixando somente 30% da sua capacidade.


Entre remédios e dietas mirabolantes, Tânia só conseguia viver num constante engorda-emagrece-engorda. Somente depois da cirurgia bariátrica, ela finalmente realizou o seu sonho. Veja a mudança!

Emagrecimento acelerado
O pós-operatório imediato dessa técnica cirúrgica é bem delicado e os alimentos são introduzidos aos poucos na dieta para não prejudicar a cicatrização do estômago, que está suturado. No primeiro mês só é permitido tomar líquidos em forma de água, isotônicos, água-de-coco, chás e sucos em copos de 30 ml (igual aos copinhos plásticos de tomar café). Eles são ingeridos várias vezes ao dia, com intervalo de cerca de 15 minutos entre uma bebida e outra. Nesse período é imprescindível a suplementação de vitaminas para garantir os nutrientes necessários ao bom funcionamento do organismo.

No segundo mês entram os alimentos pastosos, como sopas, caldos mais encorpados, iogurtes, papinhas de frutas. “Igual à dieta de um bebê, a comida é liberada aos poucos e fui experimentando de tudo. No terceiro mês, já eram permitidas comidas sólidas”, fala. A morena acredita que sua recuperação após a cirurgia foi lenta, mas, em compensação, emagreceu de forma acelerada. Após três meses, Tânia já havia mandado embora 30 kg. “Fiquei em processo de emagrecimento durante um ano e meio até atingir minha meta, que era eliminar 55 kg.”

No entanto, nem tudo foi perfeito. Ela teve depressão por causa de problemas pessoais e, como com a cirurgia a pessoa quase não sente fome, não tinha vontade de comer. Conclusão: em pouco tempo atingiu 50 kg. Nessa época ela aparentava estar doente. Os amigos pensavam que ela estava com um problema de saúde grave. “Tive quadro de anorexia, mas, graças a Deus, consegui resolver meu problema emocional, voltei a me alimentar direito e atingi os 60 kg”, lembra.

Final feliz
Faz cerca de três anos que ela finalmente conseguiu colocar um ponto final no seu problema com a obesidade e não engordou nadinha mais. Detalhe: a esteticista garante que leva uma vida normal, come de tudo um pouco, mas sem exageros, é óbvio. “Não consumo nada diet ou light porque preciso de calorias para manter meu peso. Não engordo porque a quantidade que como hoje é praticamente a metade do que comia antes”, fala. Ela está radiante e cheia de motivos para comemorar. “Hoje sou outra pessoa. Depois que emagreci tive coragem para mudar tudo o que me incomodava. Eu acordei para a vida. Agora eu me sinto querida, bonita e viva”, finaliza, vitoriosa.

Plástica x bariátrica
Após a gastroplastia, Tânia mudou sua prótese de silicone e fez as tatuagens que tinha vontade, mas faltava coragem. Para ela, a cirurgia plástica e a bariátrica andam lado a lado, mas o resultado da segunda é melhor em pessoas que precisam afinar muito. “Quando fiz a plástica na barriga e coloquei silicone nos seios, meu corpo mudou, mas ainda havia excesso de gordura em alguns pontos.

Não consegui manter a forma e engordei”, diz.

“Como na cirurgia bariátrica você emagrece o corpo todo e muda seus hábitos alimentares, o resultado é mais evidente e para sempre”, esclarece. Flacidez ela não tem quase nada e seu corpo está ótimo, do jeito que sempre sonhou. “Nunca imaginei que pudesse ficar assim um dia. É a realização de um sonho. Agora eu me amo mais ainda”, conta confiante.

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