segunda-feira, 3 de maio de 2010

Quem é indicado a cirurgia?

Primeiro, é fundamental saber para quem o procedimento será realmente benéfico. A indicação é clara: pessoas com obesidade mórbida (IMC acima de 40 kg/m2) ou com IMC entre 35 e 40 e doenças associadas à obesidade. Os candidatos à paciente também devem ser obesos há, no mínimo, cinco anos e terem passado por outros tratamentos clínicos sem sucesso, resume o gastroenterologista Thomas Szegö, cirurgião do aparelho digestivo do Hospital Israelita Albert Einstein e Presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica.

O médico nutrólogo Fernando Chueire, da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), reforça, porém, que nem todos os obesos que se encaixam nesse perfil estão aptos a realizá-la. A idade também pesa na hora da decisão. De 18 a 50 anos é a faixa ideal para se submeter à redução do estômago. Entretanto, pacientes entre 16 e 18 anos podem ser operados em situações especiais, quando a obesidade ou as alterações orgânicas associadas a ela estiverem ameaçando a saúde do adolescente — e após acordo do médico com a família. Acima de 50 anos, cada caso deve ser avaliado individualmente e encarado como uma exceção. Nesta idade, há condições clínicas que podem tornar a cirurgia mais arriscada do que a própria obesidade do paciente.

Vontade x Necessidade
O processo de escolha é altamente rigoroso e inclui desde avaliação psicológica(normalmente os especialistas recomendam duas sessões semanais de psicoterapia dois meses antes da operação) até a redução de peso. Isso mesmo: redução antes da redução.
Seria o certo, mas nem sempre é assim.

Os candidatos devem passar por uma preparação que inclui a eliminação de 10% do peso máximo que o paciente já apresentou em toda a sua vida. Este emagrecimento antes da cirurgia tem o objetivo de facilitar tecnicamente o procedimento cirúrgico e evitar as possíveis complicações durante e após a operação.

Segundo o Departamento de Cirurgia Bariátrica da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade (ABESO), um dos recursos para essa redução urgente de peso é a técnica do balão intragástrico. Feito de silicone, ele é colocado vazio por meio de endoscopia no interior do estômago e então é preenchido com uma solução líquida (soro fisiológico + corante azul).

O recurso é temporário, pode permanecer no organismo por no máximo seis meses, e tem a função de, neste tempo, causar a sensação de saciedade e diminuir o volume de comida ingerida. O balão consegue uma perda de 10 kg a 15 kg.

Outro passo importante antes, para reduzir permanentemente o estômago, é a realização de uma série de exames, entre eles os laboratoriais (glicemia, colesterol, triglicéride, pressão arterial, dosagem de vitaminas), a ultrassonografia abdominal e pélvica e a endoscopia digestiva.

Informações precisas sobre o estado de saúde do paciente são fundamentais para que a operação seja um grande sucesso. Só depois dos resultados e da correção de qualquer anormalidade que possam atrapalhar o procedimento cirúrgico (ou seja, altos níveis de açúcar, triglicéride e colesterol no sangue ou a presença de anemia, diabetes, insuficiência renal e pedras na vesícula), é finalmente tomada a decisão.


A OPERAÇÃO NÃO É UMA VARINHA DE CONDÃO, NÃO FAZ MILAGRE. MUITO DO RESULTADO DEPENDE DE VOCÊ. TEM QUE FAZER ACOMPANHAMENTO MÉDICO, NUTRICIONAL, PSICOLÓGICO, TER MUITA CORAGEM E DISCIPLINA.

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