terça-feira, 26 de abril de 2011

ENDOSCOPIA NA OBESIDADE MÓRBIDA

1) Cirúrgica com colocação da banda gástrica

É considerado uma cirurgia restritiva por reduzir mecanicamente a ingesta de alimentos e à endoscopia, observamos uma área de compressão no local da colocação da banda gástrica.

Existem complicações inerentes à colocação desta banda, sendo estas:

a) deslizamento da banda:
Ocorre um deslizamento da banda colocada para cima ou para baixo e tal situação cursa com sintomas obstrutivos como vômitos, dificuldade para se alimentar e pode ocorrer em 8 a 25% dos casos.

b) erosão e migração da banda:
Ocorre uma exteriorização da banda para o interior do estômago, em 0,2 a 7% dos casos. O seu diagnóstico é preferencialmente endoscópico. Nessa situação o tratamento é a remoção da banda cirurgicamente, ou em conjunto com a endoscopia.

c) impactação de corpo estranho:
A impactação de bolo alimentar, comprimidos ou outros corpos estranhos não é raro. Geralmente ocorre no pós-operatório recente e na sua maioria está associado ao erro alimentar. O diagnóstico e o tratamento para a retirada deste é por via endoscópica, utilizando-se acessórios através do canal do aparelho para a sua remoção.

2) Derivação gastrojejunal com colocação de anel (cirurgia de Fobi-Capella)
É a técnica mais realizada e possui características restritivas e disabsortivas.
Endoscopicamente observamos uma redução da câmara gástrica com cerca de 5,0cm e uma compressão circular correspondente a colocação do anel redutor que situa-se logo acima da anastomose gastrojejunal.

Como complicações desta técnica podemos citar:


a) deslizamento do anel redutor:
O anel pode deslizar, causando obstruções e dificuldade na progressão do alimento. Incidência relatada em cerca de 7% dos casos e o tratamento recomendando é o cirúrgico para remoção ou reposicionamento do mesmo.

b) erosão ou migração do anel redutor:


Ocorre uma exteriorização do anel para o interior da câmara gástrica em cerca de 5% dos casos. Essa migração pode ser parcial ou total. O diagnóstico é preferencialmente endoscópico, onde visualizamos o anel através do estômago e em algumas situações, onde a exteriorização é ampla, a sua retirada pode ser por via endoscópica.


c) Úlceras e erosões na alça jejunal:
Pode ocorrer úlceras ou erosões na alça que foi anastomosada com o estômago que foi reduzido. Este achado é freqüente, podendo estar presente em 20-50% dos exames pós-operatórios.
Foi observado que pacientes com doença ulcerosa pregressa são considerados de maior risco. Nessa situação é importante a avaliação endoscópica com pesquisa do Helicobacter pylori.
Tais lesões tem boa resposta ao tratamento medicamentoso e em situações que ocorram algum sangramento, o tratamento é por via endoscópica.

d) estenose da anastomose gastrojejunal:
É uma complicação comum, podendo ser encontrada em 4 a 27% dos casos.


A anastomose gastrojejunal tem diâmetro aproximado de 1,0cm. A estenose é uma redução deste calibre, dificultando a passagem do alimento através dele. São citadas algumas causas para o desenvolvimento deste, como isquemia, hematomas, tensão da anastomose e outros.
A impactação de alimento é o sintoma mais freqüente.
O diagnóstico e o tratamento é endoscópico, utlizando-se balão hidrostático dilatador, com excelentes resultados. Em 30% dos casos é necessária mais de 1 sessão de dilatação.

e) impactação de corpo estranho:

Como descrito acima, no item 1c, o diagnóstico e tratamento é por via endoscópica.
Geralmente essa impactação está associado a estenose ao nível do anel redutor ou da anastomose gastrojejunal.


f) fístulas:
A fístula é um orifício, isto é, uma abertura que comunica uma região com outra.


Geralmente ocorre ao nível da linha de grampeamento do estômago e pode ocorrer uma comunição gastro-gástrica, gastro-cutânea, gastro-jejunal,...
O tratamento inicial é a oclusão do orifício fistuloso através da endoscopia. Existem inúmeras opções dependendo da localização e tipo da fístula. São eles: cola de fibrina, cianoacrilato, matriz acelular (surgisis), colocação de clips metálicos,...
O sucesso do tratamento está diretamente relacionado ao tipo de fístula e seu tamanho.

3) Avaliação do estômago excluso
Nos próximos anos, a aplicabilidade da enteroscopia de duplo balão irá tornar factível a avaliação do estômago excluso.
Atualmente é descrito um índice de sucesso em torno de 80%.

COLONOSCOPIA NA OBESIDADE MÓRBIDA
Devemos considerar que a obesidade é uma condição associada a alguns tipos de tumores.
Diversos trabalhos mostram índices elevados de câncer colorretal nesse grupo de indivíduos, devendo a colonoscopia ser considerada como um exame de rastreamento em algum momento na avaliação dos pacientes submetidos ao tratamento cirúrgico. Essa indicação se torna ainda maior naqueles que tem antecedentes familiares de câncer colorretal e idade acima de 50 anos

Alcoolismo e depressão podem surgir após a cirurgia bariátrica

A obesidade é considerada a epidemia do século XXI. São muitos os estudos e pesquisas sobre essa doença que atinge 33% da população mundial. Um dos tratamentos considerados revolucionários é a cirurgia bariátrica (ou redução de estômago, em suas mais diversas técnicas), porém ela apresenta ressalvas e só têm resultados plenos quando realizada na hora certa, com pacientes preparados física e emocionalmente. A obesidade é uma doença multifatorial, onde estão em jogo causas orgânicas, psíquicas e sociais. Isso faz com que ela se torne uma patologia complexa, exigindo tratamento multidisciplinar. Segundo o endocrinologista e metabologista Jader Benedito Ferreira, os pacientes só devem ser encaminhados para a cirurgia bariátrica após o insucesso dos tratamentos clínicos.

“Só discutimos a opção do procedimento cirúrgico quando a obesidade começa a gerar outras patologias, como diabetes, hipertensão, problemas articulares e dislipidemias, o que pode ocasionar complicações
cardíacas, renais e limitações ortopédicas”. Mesmo assim é relevante lembrar as contraindicações, pois toda e qualquer cirurgia implica em riscos e consequências. Vale citar que, segundo a Organização Mundial de Saúde, o número de mortes após o procedimento é de um a cada 500 pacientes operados (0,2%). O risco de óbito chega a 1,5%. “É importante medir a relação risco-benefício. Essa cirurgia é contraindicada, por exemplo, para pacientes com distúrbios psiquiátricos ou cardiopatias graves”, explica o médico. A pessoa só deve ser autorizada a realizar a operação após avaliação com cardiologista, pneumologista, gastroenterologista, endocrinologista, psicólogo, entre outros.

Pós operatório
Clinicamente, o pós-operatório da cirurgia de redução de estômago não é simples nem confortável. Por ser restritiva, os pacientes não conseguem comer grandes quantidades, podendo apresentar náuseas e vômitos. Nos primeiros dias, a dieta é liquida e fracionada. Nessa fase, os recém-operados devem ser acompanhados periodicamente, com exames clínicos e laboratoriais, devido ao risco de desenvolverem um quadro de má absorção de nutrientes, o que pode levar à desnutrição e anemias. “Portanto torna-se necessária a reposição adequada de vitaminas e nutrientes quando algum problema é detectado pelos exames.

Se não seguir as recomendações, o paciente corre o risco de ter complicações, como infecções e neuropatias”. Jader Ferreira chama atenção para uma questão: com o passar do tempo, alguns pacientes aprendem que comendo pequenas quantidades, mais vezes, eles conseguem burlar a cirurgia. Assim, voltam a ganhar peso. “Os pacientes com compulsão alimentar, se não acompanhados com psicólogos no pós-operatório, voltam a engordar”. O médico finaliza lembrando que a cirurgia bariátrica não é um tratamento estético, mas um recurso terapêutico. “A indicação deve ser muito precisa, respeitando critérios como o IMC acima de 40, avaliação e acompanhamento multidisciplinar, para que estejamos seguros do beneficio da cirurgia do ponto de vista médico”, conclui.

Mudança principal deve estar na mente
A questão emocional tem papel decisivo no desencadeamento da obesidade. Da mesma forma, este fator é muito importante na cirurgia bariátrica, tanto no pré quanto no pós-operatório. Segundo a psicanalista Márcia Listgarten, na maioria dos casos de obesidade o que está em jogo não é a fome em seu sentido fisiológico. “O alimento assume o caráter de objeto compensatório e toma a dimensão de uma compulsão alimentar. O paciente come sem o objetivo de saciar a fome, mas sim para atender seus anseios emocionais”. Esse é mais um dos motivos pelos quais a indicação da cirurgia bariátrica deve ser muito precisa, pois, no contrário, pode gerar complicações sérias e preocupantes. Para a psicanalista, as consequências de enviar um paciente despreparado emocionalmente para esta cirurgia podem ser desastrosas, com aparecimento de alcoolismo, tabagismo, compulsão sexual, compulsão por compras, depressão, entre outros, além, é claro, da perpetuação do sentimento de fracasso nos casos em que o paciente volta a ganhar peso. “A possibilidade de o operado deslocar sua compulsão alimentar para uma outra forma de lidar com seus conflitos existe.

Embora não tenhamos uma estatística detalhada, observamos que este é um risco real que não se restringe a um número isolado de casos”, explica.Ela finaliza descrevendo de forma genérica como se caracteriza um paciente emocionalmente pronto para enfrentar essa cirurgia. “É fundamental que ele se desfaça da ideia equivocada de que o cirurgião vai libertá-lo do mal que o oprime. Esta é uma responsabilidade da qual o sujeito obeso não pode escapar. Cabe a ele estar completamente envolvido com as consequências impostas pela decisão de emagrecer através da cirurgia. Para aqueles que entregam o problema para o médico, atribuindo-lhe a responsabilidade pelo emagrecimento, as possibilidades de sucesso no pós-cirúrgico diminuem consideravelmente”.

Pessoa X Pessoa


Hoje em dia o que mais ouvimos é sobre a cirurgia da obesidade, só que muito pouco são as pessoas que realmente sabem o que é a cirurgia, muitos acham que é um milagre, operou emagreceu, fora que não podemos esquecer que cada pessoa é uma pessoa, cada organismo é um organismo, casos de sucesso e casos de fracasso.
Quando decidi realizar a cirurgia não imaginava o que ia encontrar pela frente, apesar de não me arrepender de nada, porém logo após a cirurgia tive um problema pessoal e isso desencadeou uma super depressão, imagina operei para ficar feliz, bem, e mais saudável como poderia agora, estar apática, com fadiga, sem vontade de nada? Nunca fui muito de beber mais todo gastroplastizado com apenas 2 cervejinhas já fica alegre e fui indo no barco, quando percebi estava engordando e fiquei pior, tendo a nescessidade de procurar um psiquiatra onde me passou alguns medicamentos, medicamentos esses que me fizeram engordar 10 kilos, operei com 175 kilos e cheguei a 90 kilos, hoje estou com 110 kilos e em pânico, parei de tomar os medicamentos da depressão com medo de engordar, parei de beber.
No mundo da gastroplastia existe muita disputa de quem chega a meta, quem sabe mais, quem é esportista, herói, esquecem que ele ( a ) jamais deixará de ser uma obesa, será sempre um obeso em recuperação.
Não me sinto fracassada, mas eu queria ter mais força para ser mais determinada e conseguir também minha meta, mas esses malditos remédios estão acabando comigo, é facil falar das suas vitórias quando muitos precisam muito mais que palavras de otimismo.

Hoje é o que eu precisava falar.

contato: aurea.bekman@gmail.com












































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































110 kilos, entrei em desespero e parei de