quarta-feira, 28 de julho de 2010

Fila longa


Paciente do Rio espera dez anos por operação de redução de estômago
A auxiliar administrativa Bianca Soares da Silva, de 28 anos, inscreveu-se na fila do Hospital de Ipanema, para operação de redução de estômago, no ano de 2000, quando pesava 99 quilos. Dez anos depois, ainda na fila de espera, da qual fazem parte outras 5 mil pessoas, Bianca ainda não conseguiu fazer a gastroplastia. Em vez de perder peso, Bianca pesa, hoje, 153 quilos.

— Para pegar um ônibus, preciso entrar pela porta de trás. No ano passado, eles me chamaram, em 7 de abril, para fazer uma consulta. Em maio, o médico pediu todos os exames. Em setembro, finalizei esses exames. Disseram que iam ligar para mim, mas nada — diz Bianca.

Segundo Rosimere Lima da Silva, presidente do Grupo de Resgate à Auto-Estima a à Cidadania do Obeso(Graco), cujo cadastro contém mais de 4 mil pacientes de obesidade mórbida, a demora é generalizada.

— Faltam acomodações adequadas para receber os pacientes e profissionais nas equipes multidisciplinares para apoio aos pacientes — diz ela, lembrando que, no estado do Rio, além do Hospital Federal de Ipanema, somente o Hospital Clementino Fraga Filho (Fundão) faz esse tipo de operação gratuitamente.

De acordo com o Ministério da Saúde, o Hospital de Ipanema acaba ficando sobrecarregado por falta de opções para esse tipo de cirurgia no estado. Segundo o ministério, existem cinco mil na fila de espera da unidade, sendo que a média de espera gira entre 3 e 5 anos.

Sobre o caso de Bianca, a direção do Hospital de Ipanema, que faz esse tipo de operações há 13 anos, informou que a paciente deverá ser submetida à cirurgia ainda este ano.

“A paciente não foi operada por não ter ainda todas as condições necessárias para se submeter à cirurgia”, completou, em nota, o ministério.

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